quarta-feira, 22 de julho de 2015

Nossa Vida em Piracanga!



Muitas pessoas nos escrevem querendo saber como estamos e como é viver aqui em Piracanga. Resolvi contar um pouquinho desta experiência. A minha vivência em particular pode ser diferente das muitas experiências com Piracanga, para você saber, só vindo aqui e sentir o que é viver Piracanga.
A chegada em Piracanga já é inusitada, eu nunca fiz Rally na minha vida, mas o caminho até aqui é uma aventura, as pessoas só chegam aqui em carros (4x4) de Piracanga e você precisa agendar sua vinda e sua ida, estrada de barro, mato, são muitos buracos e quando chove é um desafio para os ótimos motoristas daqui! Isso torna Piracanga um lugar de difícil acesso e há um certo controle de todos que chegam e saem daqui.
Bom, pra começar nossa casa e a casa da maioria das pessoas que moram aqui não tem porta de entrada, é aberta e com isso não temos que nos preocupar em fechar portas e janelas, não temos chaves para carregar, só isso já muda muito a vida da gente, pois como também não temos chave de carro, somos pessoas sem chaves para nos preocupar, e posso falar que é uma DE-LÍ-CI-A você simplesmente sair de casa, sem a menor  preocupação com portas e janelas, passei um tempo com a sensação de que esquecia algo, mas na real eu estava deixando padrões e assim começamos a nos desconstruir. A casa fica rodeada por arvores que acolhem a chuva e isso também não é uma preocupação.



Aqui os caminhos são de areia e a maioria das pessoas andam descalças e em todos os lugares, casas, ocas e etc, o chinelo fica fora, ou seja, bem pratico estar descalça. Eu ainda uso chinelo, o Italo e a Maria só descalços. Tenho a sensação que meu pé nunca mais vai entrar num sapato, acho que alargou, e ainda, quando vamos a Itacaré (cidade mais próxima) eu vou de chinelo. Sentir a terra o dia todo é incrível, uma liberdade que me faz lembrar a infância, pois eu nasci no interior e ficava descalça na rua, nas àrvores o dia todo. Acordamos cedo (mais tarde que em Blumenau), o sol aqui nasce antes, mas também dormimos mais cedo pois vai anoitecendo e o silêncio vai tomando conta, sem TV, sem luz em poste, sem rádio ou qualquer outro barulho, vamos nos acalmando e relaxando. Conversamos muito mais aqui! Sim, temos internet (faz duas semanas que colocamos em nossa casa), computador, celular (que fica em casa), mas usamos muito menos que quando morávamos em Blumenau, aqui se você quer falar com alguém é mais fácil ir ao encontro dela. Dormimos ouvindo o barulho das cigarras, sapos e o Mar! Dormimos com mosquiteiros enormes, daqueles de filmes antigos, pois os mosquitos são em grande quantidade aqui. Acordamos com o sol e comemos pão feito em casa, ou salada de frutas, tapioca, suco de laranja, nossa mesa fica metade dentro e metade no deck do jardim, o sol nascendo e a natureza nos dando bom dia todos os dias!
A Maria começa na escola entre 8:00 e 8:30h , não tem uma hora certa, ela vai a hora que for a melhor para nós. Aqui você quer chegar em algum lugar as 8:00 e pode sair as 8:00 de casa que ainda chega cedo, tudo aqui é muito perto e vamos a pé a todo lugar. As crianças não têm uniformes e nem materiais para levar, ela vai como se sentir melhor, a amiga dela vai muitas vezes de pijama, o outro amigo gosta de ir só com a blusa, o mais novo da sala vai de super-homem às vezes, e muitos ficam pelados boa parte do tempo, só de calcinha, o que for mais confortável. Descobri muitos padrões “meus” já espelhados na Maria e vou percebendo um a um. Aos poucos as roupas vão ficando em segundo plano, e vamos dando mais espaço para o Ser. A Escola se chama Escola Livre Inkiri, e a Maria é bem livre, pode ir lá fora no parque quando ela tem vontade e não na hora que alguém determina. Ela guarda todo brinquedo que usa e não arranca brinquedo da mão de outra criança pois já sabe que só pode pegar quando o amigo resolver largar, nessa escola não é o adulto que resolve quanto tempo a criança deve ficar com um brinquedo, a criança é que deve aprender o tempo do outro! Estou desconstruindo muito com a Escola e faltam palavras para descrever como ela é especial e como permite a minha filha apenas SER!
Não temos geladeira e a comida é mais fresca e cozida na hora, sem sobras, sem congelados, sem micro-ondas, mais vivas! Compramos na medida, armazenamos pouco e assim desperdiçamos quase nada!
Enquanto a Maria está na escola, atendemos os clientes com sessões de Renascimento e nos revezamos eu e Italo para fazermos o almoço e busca-la na escola. Aqui a escola é só no período da manhã.
A tarde um de nós atende cliente enquanto o outro fica com a Maria, e daí vamos para a praia, ela sobe em àrvore, vamos no Açaí (lugar de encontro onde tem música, açaí, alegria). Quando a maré está boa ela tem aula de surf e tem aula de música também.




A Maria foi na primeira festa de aniversário aqui, sem convite, simplesmente a professora avisa e pronto. Tomamos banho e nos arrumamos para o aniversário e levamos presente, chegamos e para a minha surpresa todos vieram de onde estavam para o aniversario. O que importa é a companhia e não se você esta cheiroso e de roupa nova! Nem preciso falar que o aniversário também não girava em torno da comida e da decoração, mas tinha um palhaço com muitas brincadeiras e as crianças brincaram muito no jardim enorme que não tem fim, pois termina uma casa e logo vem outra e não existe em Piracanga muros então as crianças tem muito espaço! Sim, tinha um bolo delicioso e eu, como muitos, comi o meu pedaço na mão mesmo, pois não havia tantos pratos, e o bolo que já era delicioso ficou ainda melhor com a sensação e lembrança de minha infância, onde tudo era simples, lambendo os dedos espontaneamente, sem padrões sociais engessados, sem julgamentos!
Para irmos até Itacaré (cidade mais próxima), vamos com o carro de Piracanga até um tanto e pegamos um barco para atravessar um rio e chegar na cidade. Podemos andar pela praia 6Km e atravessar com o barco, já fomos muitas vezes e adoramos ir e dormir por lá. Uma cidadezinha que é uma graça!





Aqui quando você vai chegando na casa de alguém é costume assobiar, anunciando que você está chegando. E se ninguém vier você vai embora, não se entra na casa de ninguém só por não ter muros e portas, as pessoas respeitam muito os espaços. Aqui em qualquer lugar, Açaí, Restaurante, Casa de alguém, cada um lava sua louça e deixa o lugar que ocupara pronto para o próximo utilizar.
Encontramos quase todos os dias as mesmas pessoas e isso é muito bom! Algumas, quando não encontro sinto falta. Encontramos também muitas pessoas que estão de passagem, às vezes são muitas mesmo! Adoro as danças circulares aqui, são rodas enormes e sinto que danço com a minha família, é inexplicável! Troco sessões com outros terapeutas também, já troquei por massagem, leitura de aura, massagem craniosacral.
Participamos de um grupo no Face para moradores e lá esta tudo que acontece em Piracanga, Teatro, Concerto, Danças, Yoga, Circo (sim tem um circo aqui, mas longe de ser aquele que você conhece), cursos, festas, eventos, vendas de coisas, e também para aproximar e deixar recados.
Aqui, proporcionalmente, tem mais coisas para se fazer que em qualquer outra cidade do tamanho de Blumenau!
Temos a Universidade Viva Inkiri e também está longe de ser a que você conhece, essa tem um compromisso com o Ser!
Em Piracanga quando você esquece algo, desde chinelo até um iphone, no outro dia ele vai estar lá!
Todos os produtos que usamos aqui são Biodegradáveis e são vendidos no Templo da Escola da Natureza e a “Plante” é a marca que nos oferece tudo que precisamos. Shampo, sabonete, pasta de dente, sabão líquido, desinfetante... tudo mesmo!
A feira vem até Piracanga trazer frutas e verduras toda semana, além de oportunizar os reencontros e deliciosos bate-papos, há também uma lojinha de grãos, estilo mercearia, com arroz, feijão, farinha, grãos e outras delícias!
A energia de nossas casas provém da luz solar e nossa àgua bombeada diretamente do lençol freático logo abaixo de nós, não pagamos por esses elementos sagrados, porém temos algumas responsabilidades. Cuidamos e somos responsáveis por nossos lixos e substâncias que utilizamos no dia-a-dia.
Eu nunca me senti tão leve, tão feliz e tão ancorada como me sinto aqui....passei alguns silêncios internos difíceis e processos intensos, e continuo percebendo padrões e egos que jamais perceberia vivendo na cidade!
Precisa coragem!
Mas nada que um banho de mar, um pé na areia, uma rede e meus amores  para me lembrarem o quanto é bom Ser simples, viver em Amor e em Verdade com todos os seres! Viver em Comunidade e Apenas SER Feliz!


" Há lugares no mundo onde a alma repousa e o espírito se liberta, lugares onde esquecemos as preocupações que nos atormentam e onde os sonhos voltam para nos desafiar. Há lugares onde a paz nos encontra e serenamente se instala dentro de nós....Há lugares onde reinam somente o mar, os coqueiros, as estrelas, e o sol, onde podemos nos retirar do mundo, tão cheio de tudo e de nada, para nos encontrarmos com o que é verdadeiro e belo, com a simplicidade e o encanto da natureza virgem. Esse lugar é Piracanga"


Renascimento

São Francisco do Sul, Outubro de 2013


Eu cheguei um pouco atrasada para o primeiro retiro da minha vida. Um Retiro de Respiração de Renascimento de 9 dias com Tom Cau na Vila da Glória.

* Cheguei no Renascimento pela Dra. Eleanor Madruga Luzes, numa fala sobre sua tese "Ciência do Início da Vida" em um encontro em meados de julho em Brusque sobre nascimentos, amamentação, iníco da vida e que reuniu muitos profissionais da saúde e eu estava lá. Foi a fala mais louca que já ouvi e com mais sentido também. Tocou a minha alma, eu nunca tinha ouvido falar de Renascimento, Constelação Familiar, Metamorfose.... Na época a Maria Clara estava começando alguns episódios de bronquites e eu não me conformava, atrubuí o meu sofrimento com bronquites a infancia e adolescência toda em função de não ter sido amamentada e como ela que mamava tanto podia ter bronquite? Memória celular da minha história no início da vida (concepção, gestação, parto e primeiros anos) que teve como sintoma físico as bronquites. Não ela não tinha motivos para ter bronquite, era uma memória celular minha não curada e passada para a minha filha, simples assim! Eu não podia conviver com isso, como eu podia curar minha filha? Curando minhas memórias que me fizeram adoecer na infância e assim ela seria curada se isso fosse feito até os seus 3 anos. Depois dessa idade, algo que veio de mim, poderia fazer parte dela também. Curar como? Com Respiração de Renascimento. As doenças físicas são só um recado, sintomas, avisos, a causa está em outro lugar!

Me despedir do Italo e da Maria Clara não foi fácil, era a primeira vez que eu ficava tanto tempo longe deles. Cheguei atrasada e chorando. Dramática! O Tom me auxiliou e me convidou a experimentar emanar amor para ela e a ficar bem, para que ela pudesse também estar bem...início de começar a entender essa história de TODOS SOMOS UM. Me apresentei e o grupo era pequeno, todas mulheres e o Tom Cau único homem. Falei das minhas identidades e do quanto eu RESPIRAVA bem. Sou fonoaudióloga e ensino as pessoas a respirarem bem. rs. Tom Cau amoroso e com compaixão me explicou que tudo que eu aprendi na faculdade e nas teorias das idéias não serviriam alí. Comecei querendo ficar de boca fechada. Tudo era novo, sentada em roda em cadeiras de yoga no chão, muito confortável e como em muito poucas vezes me senti acolhida e confortável. Mas estava muito ansiosa pela experiência em si da técnica de Respiração de Renascimento. Foi a Bete minha querida amiga de Floripa, hoje Renascedora e companheira de trabalho que respirou primeiro e não foi tão simples, fiquei mais aflita pois ela teve tetania e teve muita dor na mão. Fiquei com muita dó dela. Quando foi a minha vez, pude escolher o Tom Cau e penso hoje que isso fez toda a diferença na minha jornada com o Renascimento. Deitei e estava muito nervosa, eu tinha muita necessidade de agradar os outros e de fazer "certo" e aquilo era muito desconhecido. Ele pedia para eu relaxar e como relaxar?  Relaxar, Respirar de forma circular e Sentir. Eu percebi que quando ele me orientava que estava respirando bem era quando eu parava de ficar pensando em quanto eu não iria conseguir e parei de pensar...simplesmente me entreguei ao que fosse, me rendi e foquei na respiração e no corpo, a voz do Tom Cau tinha um poder de me emocionar e logo eu senti um leve formigar e ele me conduziu a uma memória de infância com o meu pai, foi incrível, viver o sentimento de criança frente a uma situação que não pude dar conta na época, não consegui Integrar aquela experiência e por isso ela fico registrada em mim até hoje. Eu chorei muito e quando a memória foi embora senti um formigar  muito  maior e uma vibração incrível de todo o meu corpo. E depois um relaxamento profundo e um bem estar incrível. Senti uma energia maravilhosa. Eu nunca mais seria a mesma. Foi a experiência mais incrível que eu já vivi na vida. Tá eu não tenho tantas assim, nunca experimentei nada de drogas, então pode ser mesmo que essa experiência tenha sido tão intensa pois eu nunca fiz nada de expansão de consciência. Nem álcool muito tomei na vida. Mas fiz 7 anos de terapia e posso afirmar que se libertar de um padrão/sentimento/comportamento nunca foi tão rápida. E isso é incrível!
E aí eu pude descobrir o quanto eu estava depressiva, o quanto eu ERA depressiva, reprimida e cansada! Eu estava muito cansada de viver a vida da forma que eu vivi até outubro de 2013.

O tanto de cansaço era o quanto eu estava longe do meu Ser em Essência e o esforço para viver tantas identidades, máscaras, cascas e mais cascas. Isso dá um trabalho danado e consome horrores da nossa energia.

O Retiro foi revelador! Meu mundo caiu! Eu passei 9 dias DESCONSTRUINDO! E a cada dia eu me deliciava com as surpresas! Um Retiro intenso e cheio de vivências, e eu mergulhei! Eu desci um córrego revolto de águas sem resistir...eu fui a própria água!
Eu não tinha mais forças para continuar da forma antiga e isso foi bom, sem forças para resistir, nem EGO, nem Pensamentos puderam me impedir de me entregar!

Eu RENASCI! E lembro do depoimento do último dia que eu compartilhei que poderia passar o que fosse que eu a partir daquele Retiro eu jamais esqueceria qual o verdadeiro caminho para SER! Poderia ser capaz de identificar todas as cascas que ainda tinha e observar tudo com muito amor, pois me ensinaram muito, mas SER em Essência e no mais puro AMOR era a minha única certeza! E meus dias e meus passos seriam para o MEU PROPOSITO DE VIDA!




Obs. Hoje não sou mais fonoaudióloga, hoje sou só um canal de Amor! Meu Proposito de Vida é através do Renascimento auxiliar as pessoas a lembrarem quem são! Ser Divino e puro Amor!


domingo, 23 de fevereiro de 2014

Uma oitava acima!




Metamorfose foi o nome do último post....ano passado! E no primeiro post de 2014 venho compartilhar a imensa alegria de passar pela mais importante Lua Minguante de todas.... representa o declínio, a morte que antecede NOVA VIDA! A Lua está ficando cada vez mais escura. É tempo de silêncio e quietude. De avaliar tudo o que foi feito e pensar no que poderia ter sido feito de forma diferente. A Lua Minguante representa a sábia Anciã. É um período propício para recolhimento e introspecção.
E assim estou me despedindo de um período, me despedindo de um ano (farei aniversário no dia 07/03 da Lua Nova), me despedindo de velhas amarras, me despedindo de uma Mulher, me despedindo de um trabalho...e no meu silêncio e introspecção, a sabedoria de perceber o quão valioso é esse recolhimento desta Lua Minguante! E reconhecer e ser GRATA ao caminho percorrido, e a todos que de uma forma ou outra contribuiram para as minhas buscas!

Eu sempre fui Lua, em todas as suas fases, e sempre me foi negado...muito do meu saber inato me foi negado ao longo na vida....pela família, pelos amigos, pela religião, pela sociendade e principalmente na escola pelo modelo de conhecimento científico materialista. Hoje em formação numa Pedagogia Waldorf que reconhece a astronomia como essencial para a formação do ser, eu posso me reconhecer com meus saberes ancestrais.
Toda a minha inquietude teve o apogeu depois que virei mãe... mas ano passado foi uma viagem em busca do meu EU mais profundo. Por que estou aqui, por que nasci, quem eu sou, qual o meu proposito de vida, qual a minha essência, e quais as minhas crenças. Parece fácil? Não, não é! Para achar o caminho das respostas foi preciso abandonar tudo...largar tudo...despir-se....e abrir espaço! Reconhecer que precisava abrir espaço para que o novo que estava por vir pudesse ter espaço....
Mas algumas pessoas podem questionar o que poderia estar tão errado?
Tudo...
As únicas certezas eram e são meus amores Italo e Maria Clara!
Desde a concepção, o meu feminino, relações doentes, educação escolar doentemente materialista, religiões castradoras e dogmáticas, política e sociedade que aprisionam, profissão limitada e materialista.... e eu me perdi!

E assim minhas inquietudes sempre foram presentes...lá escondidamente presentes! Acabei colocando a insatisfação profissional em evidência.... não era plena...não sentia plenitude no meu fazer...parecia sempre que não estava "servindo" o suficiente o outro para receber o merecido pagamento. Hoje sei a origem de minha insatisfação...E respondo com uma música cantada constantemente na formação Waldorf e que desde o primeiro dia que cantei chorei horrores.... 

" Servirmos uns aos outros, cada um, cada um conforme o dom que recebeu"

Eu não sabia qual era o "MEU DOM" ......e muito menos saberia como concilia-lo ao fazer profissional.

Eu precisava saber qual era meu DOM, qual a minha essência, qual o meu proposito de vida!

E um dia dividindo as minhas angústias profissionais ouvi uma frase que tocou fundo na alma " Você está buscando uma oitava acima" e isso ecoou na alma por meses...sem eu saber direito o significado!

E assim depois de muita busca eu RENASCI! Descobri alguns dons, iniciei um caminho verdadeiro de auto conhecimento, e na LUA NOVA de MARÇO planto sementinhas do meu proposito de vida!
E hoje VIVO uma oitava acima na melodia dessa música chamada VIDA!
Vou alçar vôos mais altos e agudos...afinar com as batidas do meu coração e com o ritmo da minha respiração! Respeitar meus ciclos!

Logo logo novidades! Daqui a pouquinho na LUA NOVA....
Aguardem.....

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Metamorfose


Ando me procurando...e não me encontro!
Não sei quando me perdi...
Mas sei que a Maternidade me fez querer sair em busca do meu EU!

Não sei mais quem eu sou...não sei se estou me resgatando ou se estou me transformando....
Mas ouvi minha alma gritar...

Fui buscar na infância. Saber quando formei essa personalidade que me auxiliou a (sobre)VIVER em sociedade....família....escola...amigos.

Começamos a usar máscaras muito cedo...e muito cedo as pessoas nos encerram em nossas máscaras. Difícil saber como tudo começa... mas são muitos exemplos:
A pessoa altruísta, a auto suficiente, a pessoa carinhosa, a que está sempre desconfiada, a egoísta, a briguenta, a honesta, a pessoa carente ou parasita, a que se faz pai ou mãe de todos, a mentirosa, narcisista, a otimista ou pessimista, a pessoa colaboradora ou individualista, a pusilânime fraca de ânimo e sem firmeza, a religiosa, a sofredora, a solitária, a sonhadora, são alguns exemplos de máscaras que usamos.

As máscaras que usamos são intermediárias entre a nossa essência - Anima - (Alma na conceituação de Jung) e a nossa exterioridade, Persona pela qual nos apresentamos.

As máscaras??? Acho que são tantas...uma para cada papel.
Mas estou em busca da minha essência.....






Eu quero me transformar


O que sou não me satisfaz

O que sinto não me basta

Do meu casulo vou me livrar

E quando olhar para trás

Contemplarei sem pesar

A minha própria casca



Não sei se vai ser bom ou ruim...não sei se vai ser fácil ou difícil....não sei se vou me amar ou não!
Só quero ser Eu na mais pura essência.....

Volto logo!
Espero que seja logo...

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Linguagem

De tudo que me fascina na profissão da Fonoaudiologia a LINGUAGEM me encantou sempre! Mas o entendimento e a profunda compreensão dessa linguagem tão subjetiva ainda me proporciona descobertas    incríveis. Diferente da fala...simples...código de palavras...composta por fonemas.
Acompanhar todo o desenvolvimento dessa linguagem na Maria foi e é um prazer indescritível...começou no toque da pele quando em aconchego e quando cuidada...uma mãozinha no meu rosto e no meu seio me faziam entender o recíproco carinho e profundo respeito...beijo nos enchiam de prazer. No olhar...muito olhar...dilatanto nossas púpilas...sim eu via suas púpilas dilatando de paixão e amor...assim como sinto as minhas quando te venero! Nos olhares juramos cumplicidade...amor eterno e profunda ligação em cada mamada!
Os sons se encorajaram a sair de sua boca...sentiram acolhimento e espaço no ensaio dos sons. As primeiras palavras foram perto de um ano e sete meses e foram cuidadosamente recolhidas....cada uma ...interpretadas e colocadas dentro de um contexto para melhor situar o seu pensamento que começava  a se estruturar...
Não era mais só SENTIR....e perceber o que você sentia!
As frases curtas perto dos dois anos já nos conectava em outra categoria...a categoria da fala. Sim pois comunicação já existia entre nós. Eu sei cada febre que ardia na sua alma em cada fase difícil de ultrapassar ....eu entendi cada gripe que confundia você na confusão de conviver com estes adultos tão confusos...eu compreendi cada noite que você acordou para me procurar pois me achou muito pouco durante o dia...eu retribuí cada solicitação de amor e conforto e segurança quando me solicitavas o "titi" para mamar. Sei que te reportavas ao lugar eterno de felicidade e plenitude que só meu útero pudera te fornecer! Eu limpei cada vômito seu que foi necessário para aliviar o "meu" engasgo!
Eu revi cada dor minha que você chorou por mim.....
Sim...nós nos comunicamos muito! Eu captei todos os seus sinais.....


" Teus sinais

Me confundem da cabeça aos pés

Mas por dentro eu te devoro

Teu olhar

Não me diz exato quem tu és

Mesmo assim eu te devoro

Te devoraria a qualquer preço

Porque te ignoro ou te conheço

Quando chove ou quando faz frio

Noutro plano

Te devoraria tal Caetano

A Leonardo di Caprio

É um milagre

Tudo o que Deus criou

Pensando em você

Fez a via-láctea

Fez os dinossauros

Sem pensar em nada

Fez a minha vida

E te deu

Sem contar os dias

Que me faz morrer sem saber de ti

Jogado à solidão

Mas se quer saber

Se eu quero outra vida,

Não, não.

Eu quero mesmo é viver

Pra esperar, esperar

Devorar você"

TE DEVORO - DJAVAN


Link: http://www.vagalume.com.br/djavan/eu-te-devoro.html#ixzz2YBHTG4ld



E os diálogos são maravilhosos..aos dois anos você já formula frases complexas com interpretações ...solicitações...perguntas....explica sentimentos...canta....e nos encanta!

E a cada dia que Maria Clara sujeito complexo de sentimentos...emoções...desejos...se abre em comunicação e nos permite lhe conhecer ...mais a amo! E maior é o nosso vínculo...entrelaçamento.....entrosamento.

Maria Clara conjuga o "EU" para "MIM" já muito cedo...já muito cedo se percebe um indivíduo!

Ouvir um pequeno ser de dois anos e quatro meses perguntando se eu tô triste....se estou feliz...se preciso de ajuda e perceber que também sou percebida profundamente já por este ser tão recém chegada é um PRESENTE! A comunicação é um presente quando verdadeiramente acontece!!!!!!!

Mas precisa de tempo ......de espaço......de entrega...de convívio ....de confiança....de desenvolvimento do pensamento....de amor!

" Comunicação é uma palavra derivada do termo latino "communicare", que significa "partilhar, participar algo, tornar comum". Através da comunicação, os seres humanos e os animais partilham diferentes informações entre si, tornando o ato de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade."



Participar da construção da sua Linguagem me faz vibrar a cada etapa...
Tornar comum os seus sentimentos e suas opiniões me fazem crescer espiritualmente...
Partilhar os dias com você me torna mãe...
AMO!







sexta-feira, 19 de abril de 2013

Um sonho...

"Diz a canção: ‘como castelos nascem dos sonhos, pra no real achar seu lugar’. É assim que a vida acontece.


Dos sonhos, nascem realidades. Para que as coisas se transformem, para que algo mude e as coisas venham a ser melhores do que já foram, é preciso que uma pessoa – ou um grupo delas – acredite em possibilidades ainda inexistentes, em coisas que estão além do que os olhos vêm, em algo que apenas a alma alcança e o coração intui. É daí que se parte. É daí que se dá o primeiro passo.

Construir novas realidades, fomentar transformações, gestar revoluções, nada disso é fácil e nada disso é simples. Tudo isso exige comprometimento, disposição e energia enormes. Despertado o sonho e o desejo da mudança, é preciso sair da idealização e arregaçar as mangas, trabalhar. É o segundo passo, tão importante quanto o primeiro, e sem o qual nada acontece. E as coisas não são imediatas, nem tão rápidas quanto nossa ansiedade humana gostaria que fosse: há o tempo de semear, regar e cuidar do broto para que vire flor.

Então, a magia acontece. A semente floresce: uma história é transformada, um paradigma é quebrado. E este momento, este pequeno- grande instante em que algo muda no mundo e passa a ser melhor do que já foi, faz valer a pena todo o esforço anterior, todo o cansaço ao longo do caminho, todos os desvios e realinhamentos de rota, todas as quase desistências, todas as rasteiras, os tombos e as decepções....."

Por : Renata Penna
Fonte: http://vilamamifera.com/mamiferas/sonhos-semeando-um-mundo-real-2/ 

Já realizei muitos sonhos...e muitos ainda tenho por realizar! Sou uma sonhadora constante.

Estou vivendo um momento profissional onde estou chegando perto ...quase tocando com as pontas dos dedos um sonho antigo que estava adormecido e que nem eu lembrava mais! Mas como diz o amado Chico Xavier "Os sonhos nunca morrem ...apenas adormecem na alma da gente". E eis que me encontro apaixonada...vibrante ...empolgada e sentindo nas minhas entranhas a maravilha de realizar UM SONHO. Mas como a Renata Penna mesmo relata neste lindo post que amei....Dos sonhos nascem realidades e nestas realidades podem aparecer os muitos obstáculos...normal...bate um medo...uma vontade de desistir e voltar para a zona de conforto. Mas como acalmar a alma e o coração já arrebatado pela paixão? Não posso voltar... Não devo voltar... Não quero voltar!   Estou começando a semear e sei que o caminho é longo.... Mas foco no sonho de ver um dia a semente florindo e que irá  fazer valer a pena todo o esforço anterior, todo o cansaço ao longo do caminho, todos os desvios e realinhamentos de rota, todas as quase desistências, todas as rasteiras, os tombos e as decepções....."


PARA ENTÃO VIVER NA REALIDADE UM GRANDE SONHO!




quinta-feira, 4 de abril de 2013

Blog Mamíferas » Arquivo do Blog » Bater em criança é…

Sou TOTALMENTE contra bater em filho. Em hipótese alguma....jamais! Amei o texto abaixo e acho que vale a reflexão. Eu em muitos momentos já apertei a Clarinha e já gritei com ela sim...vergonhosamente perdi o controle e perco ainda... mas muito menos. Hoje me controlo muito mais. E assim caminhamos...por um mundo menos violento (eu não quero repetir a educação que recebi do meu pai) e por relações mais amáveis...com mais aceitação do outro. Limites sim...nãos vão fazer parte. Mas agressão física e verbal JAMAIS!

Blog Mamíferas » Arquivo do Blog » Bater em criança é…

Mamífera Pisciana



Peixe não é mamífero, mas por aqui é. E as piscianas amam as biologias da maternidade: gestar, parir, amamentar. Isso porquê são portais para mergulhos interiores profundos. Falou de sentimentos intensos, falou das piscianas.


Se existe um signo bem mutante é peixes. Regido pelo signo de água é o primeiro deste elemento que representa emoções.

Piscianas vivem em mundo interno particular. Um mundo povoado de sentimentos. São muito sentimentais, mas tão sentimentais que parecem ser frias. Estão tão imersas em seu mundo emocional.

Peixes se orientam pela vibração da água. Águas turbulentas e sujas podem aniquilar a existência pisciana.

Quando se tornam mãe as piscianas vivem intensamente seus partos (ou não partos). O baby blues e todas as transformações do puerpério parecem ser mais intensas do que o normal.

Piscianas quando engravidam parecem que são colocadas em um aquário: se por um lado se sentem seguras com a proteção, sentem uma saudade infinita do oceano de si mesmas.

Logo voltam para o oceano e trafegam entre o mundo interno e externo com intensidade, com mergulho nos sentimentos. São naturalmente artísticas: precisam de meios para expressar o sentimento tantas vezes sem forma

Amei!


Por Kalu Fonte: http://www.mamiferas.com/blog/ (cópia fiel)

quinta-feira, 28 de março de 2013

Desafio 100 dias.




Então o ano começou, a Maria Clara completou dois anos, eu já fiz aniversário. E resolvi fazer um desafio...Realizar 10 coisas em 100 dias!
Alguma delas quero que perdurem....
Mas eu sou assim, gosto de prazos!

E vou conseguir!

- Vou correr todos os dias ( salvo os com chuva), seja de madrugada, de manhã ou a noite. Vou dar um jeito mas preciso me movimentar. No começo vou intercalar com caminhas até pegar o pique pois não corro desde o mês do meu casamento em 2009.

- Não vou comer chocolate, tomar refrigerantes e comer Mac. Já fiquei um longo período sem essas tentações quando estava tentando engravidar e voltei (com força total agora quando a Clara fez um ano)

- Não vou comer pão a noite. Esta penitência será só pelo período estabelecido e com muito custo pois eu AMO pão...mas é muito pesado a noite! E preciso voltar ao meu peso.

- Vou realizar um curso que me traga prazer e satisfação, seja pessoal ou profissionalmente.

- Desmamar a Maria Clara. Ela só mama quando acorda e quando vai dormir e se está comigo o dia todo, quando vai tirar o soninho a tarde. É bem pouco, mas era o que eu me propunha, amamentar até 2 anos. E eu não quero mais.

- Uma vez por semana realizar alguma atividade com o marido. Pode ser cinema, corrida, um chopinho, sair para jantar, ou trabalhar juntos em fotografia (amamos).

- Quero parar de gritar. Isso mesmo. A Maria está num período difícil (normal do desenvolvimento), precisando de limites (estabelecer o que pode ou não pode fazer) e "nãos" e eu me empolgo e quando vejo já estou berrando com ela. Não quero e sei que é um exercício. Estabelecer o que não pode ser feito ou o que ela naquele momento precisa fazer (mesmo sem querer) sem aumentar a voz ou perder o controle. Difício mas não impossível.

- Trabalhar no que gosto. Finalmente me dedicar ao que mais amo fazer.

- Voltar a ler um livro.

- E ganhar um prêmio!!!!

Comecei hoje...e já fui correr. 10 min correndo e 5 andando, 10 correndo e 5 andando. Foi difícil.

Um dia a menos.....

-

2 anos!

Minha amada Maria Clara completou 2 anos no dia 22/03/2011. E eu tenho ainda fortes impressões da minha barriga, amei minha barriga e o período de grávida! Parece que foi ontem....
Mas vivi cada minuto do seu desenvolvimento...cada descoberta....cada sorriso....cada choro...cada superação...cada febre....cada palavra....cada mamada....cada banho...cada sabor.
Vivi intensamente TUDO da Maria Clara nestes dois anos....eu VIVI a Maria Clara! E por isso não tenho sentimento de ter perdido algo...eu não PERDI NADA. Muito pelo contrário....em duplo sentido, só ganhei! Um aprendizado e um auto conhecimento que nenhuma outra experiência e ninguém poderia me ensinar.
Só agradeço...
Agradeço a filha tão apaixonante....alegre...corajosa...curiosa e persistente.
Agradeço o quanto ela me fez melhor.
Agradeço por ser mãe.



Perguntou a semana interei se já era seu aniversário.
Cantou é Big é Big é Big é Big é Hora é Hora é Hora é Hora Há Tim Pum Maria Maria a semana toda.
E na hora do Parabéns na escola ficou paralisada....nem respirava!

Em casa fiz um bolo só para os avós e as tias. Brincou até de noite!

Quase todo dia pede outro aniversária. Linda!


AMO AMO AMO!


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Receita de Ano Novo!





RECEITA DE ANO NOVO




"Para você ganhar belíssimo Ano Novo

cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,

Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido

(mal vivido talvez ou sem sentido)

para você ganhar um ano

não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,

mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;

novo

até no coração das coisas menos percebidas

(a começar pelo seu interior)

novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,

mas com ele se come, se passeia,

se ama, se compreende, se trabalha,

você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,

não precisa expedir nem receber mensagens

(planta recebe mensagens?

passa telegramas?)



Não precisa

fazer lista de boas intenções

para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar arrependido

pelas besteiras consumadas

nem parvamente acreditar

que por decreto de esperança

a partir de janeiro as coisas mudem

e seja tudo claridade, recompensa,

justiça entre os homens e as nações,

liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,

direitos respeitados, começando

pelo direito augusto de viver.



Para ganhar um Ano Novo

que mereça este nome,

você, meu caro, tem de merecê-lo,

tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,

mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo

cochila e espera desde sempre."



Carlos Drummond de Andrade



E o Ano Novo chegou!!!




Um ano novo começou! Nada muito especial...tanto eu quanto o marido queríamos que 2012 acabasse logo! Só a Clarinha que dormiu por volta das 22:00 hr e acordou no outro dia como qualquer outro. Outro dia de brincadeiras e travessuras. Simples assim...como deveria ser mesmo!


E eu nos meus pensamentos de virada de ano ... lembrei dos Setênios da Vida e descobri que em 2012 eu estava terminando (estou ainda pois ele só muda no meu aniversário em março) um setênio. Sou beeeeeeeeeeemmmm mística...exotérica...espiritualizada...bruxa e sei lá mais o quê! Adoro astrologia e toda a magia da vida...tudo que possa tirar a gente do "prático" e do "preto e branco" do "dois mais dois ser quatro"! Gosto da Lua e suas fases.

Encontrei num site qualquer a explicação mais simples e que gostei bastante dos Setênios e vou compartilhar.

A curiosa teoria dos setênios (da divisão da vida humana em grupos de sete anos, com correlatos aprendizados a serem feitos em cada um) é pertinente, encontrando respaldo nos processos de desenvolvimento psicológico do ser humano, tanto em se considerando uma única existência física, quanto em se fazendo um estudo abrangente do histórico evolutivo de um espírito.


Aos 7 anos, o indivíduo encontra sua identidade primeira, o sentido de si, a razão, a autonomia psíquica, antes mergulhada na massa informe das identidades coletivas.

Aos 14 anos, descobre a força do sexo, do amor, da amizade e da própria integridade, buscando, no entre-choque com outras personalidades, que se fazem atraentes ou repulsivas, a necessidade de preservar o próprio sentido de eu.

Aos 21 anos, então, surge a necessidade imperiosa de ser o si mesmo, de descobrir-se, de revelar-se, de libertar-se das interações intensas, conflitivas e, em muitos aspectos, perturbadoras e desorientadoras da adolescência. É hora de verificar quem realmente se é, após todo o processo de interfusão com outras psiques.

Aos 28, aparece o desejo de interagir num nível mais profundo e completo, com outro ser humano. Já não são os encontros casuais da adolescência, nem os oceânicos pré-egóicos do período 0-7 anos; busca-se, nessa fase, uma relação madura, centrada no si, ou seja: uma interação de intimidade em que não se perde a noção clara da própria individualidade, aprofundando-se, com isso, inclusive, essa clara noção de si. É o melhor tempo, assim, de descobrir-se a melhor parceria afetiva para o consócio matrimonial.


Aos 35 anos, após as fusões psíquicas e re-fusões espirituais do período de descoberta da intimidade maior, espoca a necessidade de dar-se sem esperar nada em troca, de dar-se incondicional, irrestritamente. Aparece, para a consciência, o impulso de ser espiritual, desapegado, humano, gente plenamente. É nesse ponto que, tento o indivíduo passado por todo o processo de maturação dos estágios anteriores, sem queima de etapas, pode ele tornar-se um bom pai, uma boa mãe.

Aos 42, o indivíduo torna a precisar de interiorização. O esforço por se dar costuma tanto fazer com que a pessoa se sinta ressentida ou precisando tornar a se recolher, para avaliar se foi correta consigo mesma, se deu a si tudo que deveria dar, se recebeu dos outros tudo que poderia ou deveria ter recebido. É a “idade do lobo” e da loba, como se diz no vernáculo brasileiro. Após tanto esforço, renúncia e sacrifício, por filhos, carreiras, parceiros, pelos outros, por tudo que é externo, o indivíduo sente enorme necessidade de se recuperar, se ter, desvelar-se para si próprio, saciar-se, podendo, assim, retornar ao passado, para resgatar partes perdidas de si próprio, lacunas não vividas ou ignoradas de si mesmo.

Aos 49 anos, chega o momento do desapego… Os filhos estão ficando adultos, a carreira está caminhando para o fim, em muitos casos, aproximando-se o indivíduo da aposentadoria. A sensação de perda iminente, extensa e em diversos departamentos existenciais importantes, concomitantemente, atordoa profundamente os indivíduos, principalmente porque papéis sociais normalmente confundidos com a própria identidade começam como que a se esvair por entre os dedos da alma aflita

Fonte : http://www.saltoquantico.com.br/2002/10/22/os-setenios-da-alma/   
E paro por aí na idade pois depois disso vem menopausa e nem estou com vontade de saber desse período ainda!!!   Mas termino os meus 35 anos com a última frase que o texto fala dessa idade. Me sinto preparada mesmo para ser mãe ... é um período de MATERNAGEM e consequentemente de esquecer um pouco da gente para se doar ao outro "filho". E esse sentimente de terminar um período é renovador...ao mesmo tempo que é ruim passar pelo "fim" de algo... uma sensação meio de luto e perda. É extremamente revigorante pensar no novo e no recomeço de um tempo! E lá em casa estamos eu e meu LOVE no mesmo período.  

Então 2013 tem muitos significados e pode até ser só mais um ano e o dia seguinte de um dia qualquer ...mas vejo este ano como um RECOMEÇO!   Minha amada Clarinha chega aos seu 2 anos no mesmo mês que eu começo um novo ciclo. Ela começa um "EU" me liberando do "fusionamento" que começou na sua concepção. Foram dois anos muito intensos de um encontro com minhas sombras refletidas na minha pequena...foi revelador!  

MAS............   Me despedindo ainda de 2012... do fusionamento com a minha Clarinha...dos meus 35 anos..... Sou lenta e tenho até dia 07/03 para este luto!!!   Me preparando para o que há de vir....sim pois este período servirá como PREPARAÇÃO e não de AÇÃO. Hora de preparar e planejar e preparar a terra para novos plantios!!!   Estou no caminho.... Estamos no caminho.....


Obs. Hoje aniversário da minha amada sobrinha Maria Eugênia!
Acabo de lembrar que devo ainda entrar no meu inferno astral....

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Vem chegando o Natal....



O Natal se aproxima e muitas coisas mudaram neste ano. Estamos de novo morando numa casa e a Clarinha ama...corre...brinca...rega as plantinhas...conversa com o cachorro vizinho e isso já é motivo de alegrias por aqui. Não consigo imaginar minha pipoca dentro de um apartamento. Por conta de mais uma mudança tivemos alguns gastos e o Natal deste ano vai ser mais contido. Farei um jantar em casa no dia 24 a noite e entregaremos lembrancinhas pintadas pela Clarinha...simples assim! Ela já está de férias na escola e hoje foi para a Oma...penso que irá se dividir entre casa da Oma e casa da Vó até eu e o marido entrarmos de férias. Mas férias é isso né...casa de vó!

Estou aqui na frente do computador enrolando pois na real estou vivendo uma angústia que não me conformo. Amo minha vida ... minha filha...meu marido... temos saúde...teto...comida....lazer e???????
E eu estou um pouco deprimida....será o Natal?
Algumas coisas me fizeram pensar aqui rapidinho em tentar entender .....
Como eu estou trabalhando só meio período para ficar mais em casa com a filhota o marido está trabalhando o dobro e isso me angustia. Queria muito o Italo mais com a gente e ele faz uma falta enorme...isso me deixa muito triste pois se por um lado eu tenho a oportunidade de ficar mais em casa eu tenho menos ele....e o pouco que está em casa é solicitado muito pela Clarinha e euzinha acabo ficando sem meu amor!
As rotinas acabam comigo...eu definitivamente ODEIO ROTINAS e elas são importantíssimas para a Clarinha. Temos rituais sagrados (horários para comer; de banho; de ir para a escola; de dormir) de rotinas e ela precisa delas....mas eu morro de tédio com tanta rotina. E quando por motivos maiores temos que quebrar alguma rotina é o CAOS total. E não sei o que é pior...se o tédio da rotina ou o caos quando saímos dela ...na verdade sei o que é melhor para a minha filha então: ROTINA sua xarope eu te aturo!!!
Relações familiares....ai que assunto difícil mas parece que resolveram me descobrir .... na verdade com o nascimento da Clarinha a aproximação foi inevitável e me trouxeram convivências difíceis que antes estavam numa distância saudável!
Fomos morar numa casa grandinha com muitos cômodos e meu pai que morava na praia veio se chegando e se instalou de mala e mudança na minha casa...tanto que já alugou o apartamento e não tem pretenções de ir embora. E sei que de todas as angústias....essa tem me consumido. Eu e meu pai nunca nos demos bem e depois da separação (dos meus pais) eu e ele retomamos uma relação melhor ....mas a distância né...de se ver de vez em quando. Mas estava ótimo!!!! E quando me vi convivendo diariamente com ele que me resgatou todas as diferenças...mágoas...e lembranças ruins de um passado que pensei estar resolvido e superado! E tenho dias que estou num mal humor insuportável por conta disso.
Mas e o que fazer? É meu pai!!! Devo muito a ele...tenho muita gratidão por muitas coisas boas também ....mas morar junto ??? E o pior...era tudo que ele mais queria pois se sentia muito sozinho e a Clainha ama ele e ele ama ela....o Italo é bem neutro e não se incomoda...só eu não amo essa situação! mas fico dividida entre o que me parece uma obrigação e a minha necessidade de distância! O que fazer? Enquanto isso eu vivo parecendo com um sapo engasgado!

E ainda eu e minha irmã estamos sem nos falar...e eu achei que a nossa relação também estava indo bem obrigada e boas amigas e as filhas se amam também mas......um desentendimento me deixou decepcionada com a falta de cumplicidade que até então eu achei que tínhamos.
Ou seja...passaremos o Natal distantes!

E para aumentar o texto das  lamentações...eu não consigo emagrecer!! Eu tenho um metabolismo que só altera com atividade física e eu amo correr mas neste momento é impossível....ainda não cabe na rotina que tenho. Mas estou começando a ficar encomodada.

Quando penso nos momentos com as amigas......Quase nenhum momento....o que me alimentava a alma era a minha querida amiga Aurea no trabalho...passei longas tarde gostosas de conversas gostosas com ela esse ano. E ela se aposentou semana passada! Motivo de alegrias para ela que está vivendo uma outra fase da vida...motivo de tristeza minha!

Acredito que final de ano a gente acaba fazendo uma retrospectiva do ano...é inevitável. E penso que começo a ME olhar e começo a querer ME encontrar...passei quase dois anos numa entrega muito grande a maternidade e amo sim ...mas preciso voltar para o meu eixo!

E essa é a reflexão !!!

Mas eu deveria estar saltitante?

Pois é ....

Tenho pensado no Natal como um bom momento para pensar no que me deixa feliz....o que me faz feliz....e como eu estou precisando voltar para o meu EU.

A Clarinha alegra os meus dias....cansa (pois uma criança exige muito da gente)...mas é um amor que me alimenta diariamente!!!

E ela sim eu tenho certeza que é feliz ...que está feliz e mãe começa a ser feliz com a felicidade de filho!!!

O que preciso é tentar conciliar um pouco mais agora entre as necessidades "dela" e as minhas... a gente esquece da gente quando tem um bebê. Normal! Mas neste momento quero equilibrar mais isso...

Quero namorar mais....
Quero passar mais tempo com amigas queridas em conversas deliciosas....
Quero ir mais ao cinema....
Quero ter um pouco mais de tempo para me cuidar .... física e emocionalmente!

Mas..

Quero continuar com tempo para contar histórias para a Clarinha...
Quero continuar "ouvindo" cada palavra nova com um prazer gigante...a última (de ontem a noite numa histórinha) foi "pincesa" dita com a língua entre os dentes LINDA DE VIVER E DE MORDER...
Quero continuar preparando as refeições da minha filha e ver a sua satisfação "mamãe fez"...
Quero por muito tempo ainda continuar trabalhando pouco...e ter TEMPO para VIVER essa familia que ainda se organiza dentro da desorganização que um filho tras!
Quero continuar essa maternagem que tanto amo e que me consumiu de uma forma avassaladora....

Mas preciso de "disciplina" para lembrar que EU também preciso "SER"!

Ainda volto aqui antes do Natal para fechar esses pensamentos...
Foi um post falando de mim...acho que já é um começo.





terça-feira, 6 de novembro de 2012

Uma Menina

Meu bebê não é mais um bebê. Nem consigo mais chamá-la de bebê! Já fala 1223456 palavras contando com as ininteligíveis; forma frases; coloca o chinelo sozinha (trocado); corre; quando fica na escola me dá xau e beijo e entra na sala com uma segurança que dói o coração (já pertence a um grupo social e ama) ; dorme a noite toda (das 21:00 às 6:00 hrs sagradamente) sobe e desce de TUUUDO; fala as cores e ainda não acerta nenhuma mas parece querer que todas sejam vermelhas; conta até três; assopra a comida quente e assoa o nariz; come sozinha e sem derramar comida pois estica a cabeça por cima do prato para não cair comida fora dele; ensaia comer de garfo e já pediu para fazer xixi no vaso e uma vez conseguiu e para a minha surpresa ontem após o banho (o papai que estava dando o banho)  pediu para fazer cocô e ele sentou-a no vaso e a minha menina fez cocô. Não sei quem ficou mais assustado...se ele...ou ela. Ele veio me chamar e ela estava choramingando e a mãe precisou usar da pedagogia materna....fiz uma festa ....dei parabéns...demos xau para o cocô e ela apertou a descarga 122342 vezes. Foi incrível...simples assim!

E eu cada vez com mais saudades daquele bebezinho!! Ela ainda mama (principalmente quando doentinha) e começo a achar que é a única coisa que ainda a deixa mais dependente pois sinto que mais cedo do que eu imaginava vai largar a fralda. Ahh...ainda visto sua roupa mesmo ela já tentando tirar sozinha!

Ela só tem 1 ano e 8 meses (a completar em 22 de novembro). Não é cedo demais para tanta coisa? Por que tão cedo? Fico colocando a culpa no Italo pois sempre achei que ele estimula mesmo esta independência enquanto eu torço para que tudo seja mais lento...para eu VIVER INTENSAMENTE cada etapa...cada conquista. Mas sei que somos bem parecidos pois deixamos a nossa menina (muito curiosa e corajosa) explorar mesmo tudo e ela têm uma certa liberdade para experimentar. Eu participo desta autonomia que encorajamos a Maria Clara a desenvolver. Já muito cedo ela subia no escorrengador (nem andava ainda com 9 meses) e descia sozinha e nós sempre deixamos. Incrivelmente nunca se machucou ou caiu mais feio....nós monitoramos mas nunca impedimos o seu crescimento...... mesmo EU achando tão acelerado!!!

Ela é feliz...acorda feliz....tem um semblante feliz. E isso é o que importa! É da natureza dela ser assim...nunca a ví com medo de nada...tem receio...mas nunca ví uma expressão de medo! Gosta do novo e não se assusta com ele...parece inclusive buscar o tempo todo algo novo...desconhecido e pronto para ser explorado!

Minha menina quase não cabe mais no berço.....

Minha menina me olha com olhar de menina .... olhar de quem busca a mulher que um dia ela será!




sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Nem todo mundo deveria ter filhos....


Será que todos os seres humanos precisam ser pais? Não sei. Cuidar bem de uma criança, além de ser de sumária importância, dá um trabalho danado. Crianças choram à noite, nem sempre dormem bem, precisam de cuidados especiais, de limpeza, de banho, alimentação, ser educadas e acompanhadas até a idade adulta. E, principalmente: crianças precisam da presença dos pais, sobretudo as menores, que requerem a mãe na maior parte de seu tempo. Não é dando dois beijinhos pela manhã antes de ir para a creche, ou colocando a criança para dormir à noite, que será possível transmitir segurança, afeto e tranquilidade. Escuto muito a seguinte frase: “Doutor, o que interessa é a qualidade do tempo junto e não a quantidade”. Duvido. Diga ao seu chefe que você vai trabalhar apenas meia hora por dia, mas com muita qualidade. Certamente ele não vai gostar. Seu filho também não.

Sejamos sinceros, nem todo mundo está disposto a arcar com esse ônus. Talvez seja melhor adiar um projeto de maternidade, e mesmo abrir mão dessa possibilidade, do que ter um filho ao qual não se pode dar atenção, carinho e presença constante. Lembre-se que é preciso dedicar um tempo razoável: brincar junto, fazer os deveres de casa, educar, colocar limites.

Como fazer tudo isso e ainda continuar no mercado de trabalho? Usando seu horário de almoço para comer junto com seu filho. Fazendo visitas na creche durante o dia. Passeando no final de semana, em atividades em que a criança seja prioridade, como praia, parques, jogos em conjunto. Por favor, isso não inclui shopping center.

Sou obrigado a fazer todas essas coisas? Claro que não. Mas ser pai e ser mãe também não é uma obrigação, sobretudo nos dias de hoje em que a vida oferece infinitas possibilidades. Trata-se de uma escolha. E, como toda escolha, pressupõe que você abra mão de outras tantas. O que se propõe? A volta da mulher à condição de dona de casa? Também não. O que se propõe é a conscientização da paternidade e maternidade. A infância determina a vida de todos nós. Ela é fundamental para a existência humana. Na esfera psíquica, os primeiros dois anos significam a base da construção de uma personalidade saudável. A violência, a agressividade, a falta de ética, a amoralidade dos tempos modernos não são apenas fruto de dificuldades econômicas e sociais, mas da falta de amor, educação, limites.

Com a vida moderna, as crianças passaram a ocupar um papel secundário ou terciário na vida familiar. Lembre-se de que o futuro da humanidade vai depender dessas crianças que, provavelmente, chegarão aos 100 anos de idade. Fico triste quando, no consultório, a mãe não pode estar presente, ou o pai. E nem mesmo a avó: apenas a babá.

Deveríamos fazer uma análise tranquila antes da maternidade ou da paternidade. Queremos mesmo mudar nossa vida? Vamos ter condições de participar intensamente da vida desse novo ser? Se lograrmos essa consciência, tenho certeza de que o mundo irá melhorar.

José Martins Filho

Nunca imaginei falar isso....sempre acreditei que todos deveriam ter filhos. Mas hoje concordo com o Dr. José que nem todo mundo deveria ter filhos!
Não é justo ser "abandonado" já bebê com a desculpa de que precisamos trabalhar....tive o prazer de ouví-lo em um Seminário e em um dos inúmeros estudos sérios dele....ele fala que uma criança que passa 12 horas longe de sua mãe tem consequencias parecidas as de uma criança de orfanato. Nenhuma mãe deveria se ausentar e ficar longe de seu filho até 2 anos por longas horas. Vai viajar? Leve seu filho. Não pode levar seu filho? Deixe de viajar ....... deixe o mercado de trabalho para depois ou deveria ter deixado para ter filhos depois ou deveria ter a maturidade de não ter filhos!!!!!


segunda-feira, 30 de julho de 2012

A Colheita!

Em outro post já mensionei o quanto eu fico introspectiva no inverno. Parece que meu ritmo fica lentificado, eu tenho um sono interminável, uma preguiça absurda, uma certa nostalgia...vontade de hibernar e voltar só na primavera.
No calendário Celta, que é circular e não linear a concepção de tempo é feita com a Roda do Ano, leva-se em concideração as estações do ano e os ciclos lunares para esta marcação. O que me parece mais sensato pensar que o tempo é sempre o mesmo em círculos e fases....somos nós que passamos pelos ciclos e pelas fases e assim amadurecemosde e temos a oportunidade de plantio e colheita infinitas vezes.
Mas a época de hibernar, de entrarmos na caverna e realizar um mergulho em nossa alma é no outono, onde terminamos a colheita de tudo que plantamos ao longo do ano. Época de terminar ... de deixar as folhas caírem e deixar morrer para virar adubo novamente. Como sou mais lenta, minha vontade de hibernar começa no final de maio e início de junho e dura até final de julho. É uma época que tenho muita vontade de ficar sozinha, isolada mesmo e penso muito na vida. Quase uma melancolia.....sem vontade de "fazer" nada mesmo!
E o que eu nunca tinha me dado conta é de como as coisas mudam em AGOSTO. O inverno é marcado para comemorar a colheita, a vida ....... e é marcado por um período de repouso. Nem de trabalho, nem de colheita e nem de introspecção....apenas CELEBRAÇÃO!!!!!

Em agosto eu tive todas as maiores conquistas da minha vida!
Reencontrei o Italo no outono e começamos a namorar em 05/08.
Eu fiz o teste de gravidez em 28/07 e fiz a primeira consulta em agosto.
Eu fui chamada do concurso público em julho e assumi em agosto.

Nunca havia parado para pensar o quanto Agosto é significativo na minha vida. Realmente uma colheita de um ano....coisas muito boas acontecem em agosto e assim eu fico preparada para as minhas colheitas deste ano.
Fico feliz por sair da caverna......
Começo a ter um sentimento de "espera".....espera de coisas boas, renovadoras e que mudam a vida.

Agosto é hora de RECEBER....
Receber coisas boas...
Receber alegrias....
Receber notícias maravilhosas....
Receber surpresas....
Receber energias.....

A vida é maravilhosa por isso....num segundo se muda uma vida! Surpresas acontecem a qualquer momento.....Novidades aparecem inesperadamente!

Vamos Celebrar!!!

Fica o sentimento para o maravilhoso Agosto que estar por vir......


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Escolhas

Sempre fui uma pessoa que fiz bastante escolhas...nunca esperei a vida escolher por mim! Escolho...resolvo...e precisei até aprender que em alguns momentos pode até ser possível não resolver alguma coisa e esperar....que pode ser positivo ficar de "molho" para ver no que vai dar....deixar a vida dar um sinal! Mas é difícil....
Gosto mesmo é de RESOLVER. Gosto de saber se é CERTO ou é ERRADO. Gosto de saber o que EU QUERO. Gosto de saber se é SIM ou se é NÃO. Sim eu sou mais 8 ou 80.
Mas a vida me ensinou que nem sempre é possível...
Com filha então....
Escolher ficou tão difícil!
Como é difícl escolher todos os dias a roupa de frio ou de calor? Comer arroz com feijão ou sopa? Dar remédio ou esperar? Escolher a escola....escolher a rotina...escolher a hora do banho...escolher a hora de dormir. Decidir a vida de outra pessoa se tornou tão difícil....
Mas quando tenho uns segundos para pensar um pouco fico feliz....por saber que cada escolha. Boa ou ruim. Acertada ou um desastre. Fácil ou difícil. Cada decisão desde o dia que nos tornamos pais....foi inteiramente realizada por nós ....os pais da Maria Clara. Tenho certo orgulho de ser INTEIRAMENTE RESPONSÁVEL por tudo que diz respeito a vida da minha filha. E assumo!
Fico pensando em como vou contar para ela mil e noventa e nove vezes a história de vida dela e tenho a consciência tranquila do que contarei....Cada escolha e decisão foi realizada com muita responsabilidade e respeito.
Pensar que a vida de uma pessoa se constroi a partir de todas as atitudes...escolhas e decisões que os pais tomam.
Tenho muitas e muitas dúvidas e na maioria das vezes não é imediato a decisão de uma escolha quando relacionada a nossa filha. Mas somos inteiramente presentes e participantes da vida dela.
Escolher.....
Escolher não implica somente em tomada de uma decisão ou de um caminho. Escolher implica assumir "tudo" que possa vir com aquela escolha! E penso que isso é ser RESPONSÁVEL! Responsável pelo que deu certo e pelo que não deu certo....Amo o Italo e mais ainda a cumplicidade que temos em assumir TUDO...não temos por hábito culpar o vizinho, o prefeito, a presidenta, o papa, a pediatra, os avós, Deus e etc por todas as possíveis desventuras que uma escolha possa gerar.
Escolher hoje tem um significado totalmente diferente na minha vida. Não escolho mais sozinha...nem quando só interessa a minha vida....pois não sou mais "uma sozinha" e sim uma família!!!


"AMADURECER NÃO É TOMAR SEMPRE DECISÕES CORRETAS,

AMADURECER É SABER LIDAR COM AS DECISÕES TOMADAS" 

Um Ano

Sim...eu pulei os 11 meses dela! Simplesmente por que a vida está uma loucura. Eu não tenho tempo nem para almoçar muitas vezes....
E então me deparo com a vida igual a de todo mundo ou da maioria pois todos ao meu redor parecem ter essa vida maluca! Como minha mãe conseguia? Eu realmente não sei...
Vou passar brevemente aos 11 meses dela...e na real foi um mês bem difícil! Eu acabei assumindo mais algumas horas semanais de trabalho além das minhas 30 de serviço público e... Clarinha ficou doente. Como é difícil escolher...e conviver com as escolhas! Escolhi uma oportunidade que me deixou empolgada profissionalmente... interessante financeiramente e.....não consigo na prática!
Hoje ouvindo uma mãe...me ouvindo...sim pois essa mãe falou exatamente sobre a minha vida....sobre a minha experiência. Eu nasci no interior e fui para a escola quando já falava e pedi para ir junto com a minha amiga que morava na casa ao lado da minha. Aos 3 anos. Eu ia feliz...pedia...amava....e quando não estava na escola (apenas de manhã) estava em casa com a minha mãe que cuidava da casa...das minhas coisas...da minha comida e assim eu cresci com a presença da minha mãe. Quando engravidei...o sonho da minha vida...o que mais me atormentou era o fato de temer não saber lidar com essa dualidade. Conciliar esse papel de mãe...mas um papel que tenho como modelo "a minha mãe"...com a minha vida...meu eu profissional. Eu sou Fonoaudióloga há 12 anos e já vivi e experimentei todas as àreas...já amei...já fui fissurada...já respirei trabalho e hoje tento reformular mas já conclui que simplesmente adoro trabalhar.... trabalhos de fono ou qualquer outra coisa...mas adoro a dinâmica do trabalho...as interações e tudo que eu faço ou aprendo....me divirto em qualquer situação....basta estar ao lado das pessoas e realizando alguma atividade em conjunto. Adoro o conhecimento e a convivência.
Mas e aí? Como colocar na escola a minha filhota que esperei tanto...desejei tanto! Como separar o que é o "meu desejo" daquilo que aprendi como verdade?
E chegou o aniversário de um ano da Maria Clara......
Era para ser pequeno algo simples. Mas me empolguei e fiz a decoração de urso rosa e marrom. Preparei tudo...comprei cortador peguei outros emprestados. Elaborei cardápio fiz sozinha os convites....e no fim deu muito trabalho. Contratamos piscina de bolinhas e cama elástica. Ficou tudo lindo .... gostoso.... e todos aproveitaram bastante. Menos a aniversariante que no dia anterior diagnosticamos com Pneumonia e estava bem chatinha...só queria colo. Eu já sabia que a festa seria para os outros e para os pais!
Começou a andar uma semana antes do niver e acho que tudo veio muito junto e ela não estava muito bem...
Eu estava trabalhando mais....ela num pico de desenvolvimento tremendo...dentinho saindo e judiando e a pneumonia.
Minha pequena com UM ANO!
Um ano se passou desde o dia que a vi pela primeira vez...
Foi amor a primeira vista.... logo me apaixonei!
Um ano de muito amor!






terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Eu sou tia

Nasceu no dia 07 de janeiro a minha sobrinha...filha de minha irmã...Maria Eugênia. Linda e pequenina 1.900 Kg! Uma fofa ....
Desde o nascimento dela que venho pensando na rapidez da vida. Lembro com tanta clareza das minhas curiosidades sobre a minha futura família. Ficava por horas imaginando como seria quando eu tivesse marido...filhos e fosse TIA. Esse dia chegou! O que me deixa um pouco atordoada é que quando a minha mãe tinha a minha idade ... eu já tinha 15 anos! Ou seja...me olho hoje no espelho e não consigo enxergar semelhanças com aquela imagem de "mãe" que eu tinha naquela idade...tão pouco de "tia". Minhas tias eram da idade da minha mãe ou mais velhas.
Confuso???
Sim...bastante confuso eu penso! Eu caminhei por caminhos tão diferentes dos caminhos que meus pais percorreram....escolhas tão diferentes...
O título de tia até já possuia...as crianças que atendo já me denominam assim há 10 anos. Mas "ser" tia implica em novo papel e não consigo assimilar tão rápido pois ainda cosntruo o papel de mãe tão recente.
O que é ser tia??? Que lugar é esse??

"Era uma festa familiar, destas que reúnem tios, primos, avós e alguns agregados que ninguém conhece direito. Jogada no sofá, uma garota não estava lá muito sociável, a cara era de enterro.


Quieta, olhava para a parede como se ali fosse encontrar a resposta para a pergunta que certamente martelava em sua cabeça: o que estou fazendo aqui?

De soslaio, flagrei a mãe dela também observando a cena, inconsolável, ao mesmo tempo em que comentava com uma tia.


"Olha pra essa menina. Sempre com esta cara. Nunca está feliz. Tem emprego, marido, filho. O que ela pode querer mais?"

Nada é tão comum quanto resumirmos a vida de outra pessoa e achar que ela não pode querer mais./ Fulana é linda, jovem e tem um corpaço, o que mais ela quer? Sicrana ganha rios de dinheiro, é valorizada no trabalho e vive viajando, o que é que lhe falta?

Imaginei a garota acusando o golpe e confessando: sim, quero mais!!!

Quero não ter nenhuma condescendência com o tédio, não ser forçada a aceitá-lo na minha rotina como um inquilino inevitável.

A cada manhã, exijo ao menos a expectativa de uma surpresa, quer ela aconteça ou não. Expectativa, por si só, já é um entusiasmo.

Quero que o fato de ter uma vida prática e sensata não me roube o direito ao desatino.

Que eu nunca aceite a idéia de que a maturidade exige um certo conformismo.

Que eu não tenha medo nem vergonha de ainda desejar.

Quero uma primeira vez outra vez.

Um primeiro beijo em alguém que ainda não conheço, uma primeira caminhada por uma nova cidade, uma primeira estréia em algo que nunca fiz, quero seguir desfazendo as virgindades que ainda carrego, quero ter sensações inéditas até o fim dos meus dias.

Quero ventilação, não morrer um pouquinho a cada dia sufocada em obrigações e em exigências de ser a melhor mãe do mundo, a melhor esposa do mundo, a melhor qualquer coisa.

Gostaria de me reconciliar com meus defeitos e fraquezas, arejar minha biografia, deixar que vazem algumas idéias minhas que não são muito abençoáveis.

Queria não me sentir tão responsável sobre o que acontece ao meu redor.

Compreender e aceitar que não tenho controle nenhum sobre as emoções dos outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas que dão errado e também sobre as que dão certo.

Me permitir ser um pouco insignificante.

E na minha insignificância, poder acordar um dia mais tarde sem dar explicação, conversar com estranhos, me divertir fazendo coisas que nunca imaginei, deixar de ser tão misteriosa pra mim mesma, me conectar com as minhas outras possibilidades de existir.

O que eu quero mais? Me escutar e obedecer o meu lado mais transgressor, menos comportadinho, menos refém de reuniões familiares, marido, filhos, bolos de aniversário e despertadores.

E também quero mais tempo livre ... e mais abraços".

Martha Medeiros

É assim que quero ser.... uma possibilidade de "SER" no papel de tia uma pessoa que não permito em outros papéis ... em outra roupa. Me livrar de vez da "responsabilidade" que me persegue e não me deixa apenas viver a minha loucura de ser "EU" na minha essência.
É bem possível que a Maria Eugênia conheça uma Grasiela que ninguém conhece. Pois pela primeira vez não me sinto na obrigação de ser a "melhor" tia e sim com uma vontade enorme de que ela tenha o melhor ângulo de mim.


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Décimo Mês

Dia 22 de janeiro Maria Clara completou dez meses. Olho para ela e vejo uma menina enorme já, tudo bem que meu conceito de bebê seja um bebê bem pequenino (prematuros que convivi por 5 anos). Praticamente ficamos um mês grudadinhas e esse intensivo foi tão gostoso!
Aquela ansiedade da separação foi passando e o ritmo da rotina mais tranquilo sem pressão de horarios, muito embora ela tenha um relógio Britânico  para fome (papinhas) banho e sono. Passeamos bastante....brincamos bastante.....crescemos bastante! Os dentes resolveram aparecer... tudo junto e de uma vez na mesma semana..(quem mandou pedir né?)...ela ficou um pouco enjoada...choroninha... e sem apetite...mas o seio salva tudo.
No domingo dia de mêsverssário dela e eu já no turbilhão de pensamentos sobre a volta ao trabalho... percebo nela que ela percebe em mim um comportamento diferente. Ambas nos comportamos diferentes quando eu trabalho e ela vai para a escola. Estamos aprendendo ainda com essa separaçãozinha que ainda é pequena e que vai aumentando aos poucos.
Mas hoje ambas ficamos bem... longe uma da outro...não muito longe....um pouco longe!
Estou fritando de idéias e correndo em ver as coisas do aniversário dela e minha nossa como é difícil definir a lista de convidados.
 Merece outro post...

- ela mama muito no peito e em livre demanda
- ela já tem 3 dentes (dois em cima e um embaixo)
- joga beijo (vários) toda vez que alguém fala a palavra "xau" ou "beijo"
- toma no canudo
- aponta o dedo indicador e aperta todos os botões possíveis e os impossíveis.
- observa tuuuuuuuuuudo e tenta fazer
- fala "adê" com as palmas das mãos viradas para cima tipo ....cadê?
- manipula vários brinquedos que antes não tinham muita graça, aperta botões, abre, fecha, liga.
- abraça eu e o pai de vez em quando que temos vontade de morder de tão fofa
- fica em pé em tuuuuuuudo que é lugar
- caiu da cama uma vez
- ainda acorda uma vez para mamar durante a noite
- continua nas frutas e sopas
- bate na bundinha do urso, da boneca fazendo de conta que coloca pra dormir
- se esconde com a mão, ou um paninho pra gente perguntar: - Cadê? Daí ela tira e a gente fala: - Achou!!!!





Tem uma curiosidade que encanta....Sou encantada por esse pequeno ser!
Obrigada por me dar a oportunidade de Ser sua mãe minha encantadora Clarinha!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Ela caiu da cama!

Sim, a Maria Clara caiu da cama hoje! Foi um susto horrivel....estava dormindo em nossa cama e eu sempre fico junto pois agora ela acorda e ja vai engatinhando para a beira da cama então não é possível descuidar. Mas o celular tocou na sala.....
Fui atender, meu pai que estava a caminho....e de repente olhei para a cama e vi ela rolando para a beirinha da cama ....desliguei o celular e corri...que sensação horrível a de ver sua filha caindo e você não está lá para impedir a queda!
No chão assustada e gritando...antes de chegar no chão (ela esticou os bracinhos e perninhas, ainda bem) ela mesma amorteceu com braços e pernas mas passou o rosto no criado mudo...me procurou e eu já estava perto para acolhê-la.
Nesta hora temos a terrível tendência em dizer as crianças que "não foi nada" e elas sem entender nada pois "algo" aconteceu, doeu e elas não possuem comunicação suficiente para traduzir em palavras o que aconteceu e o que estão sentindo e ficam muito perdidas.
Falei que ela caiu, que eu me descuidei dela, que doeu muito e que ela podia chorar a vontade pois eu estava ali ..... acolhimento é isso! As crianças têm o direito a verdade e o direito a chorar suas dores! Impedir que as chorem, só acaba criando aqueles adultos que não reconhecem o que sentem pois foram impedidos de os sentir.....mentir nesta ocasião não é justo, pra ninguém!
Chorou pouco ...me abraçou e logo foi brincar! PASSOU de verdade pois dei a ela essa possibilidade...contei o que aconteceu, traduzi a ela o sentimento dela...e deixei que chorasse a dor!

Errei...faz parte do processo...sofri junto com ela....na dor crescemos as duas. Nunca mais serei tão relapsa e ela teve a primeira queda das muitas que fazem parte da infância. Um pouco de sorte (anjos da guarda) o piso é de laminado madeira e a cama bem baixa.......Obrigada Deus!

Obs. Não ficou nenhuma marca, nem arranhão, nem vermelhinho, nada!
Post sem fotos!

Damos o que temos!

Em sua maioria as pessoas acreditam que todos os seres humanos são capazes de transmitir amor, carinho, afeto, perdão, aceitação entre outros tantos sutis sentimentos...

Só é possível darmos aquilo que recebemos um dia, só consigo amar se fui muito amado, só consigo acarinhar se já fui muito acarinhado, só consigo aceitar o outro (diferente) se fui aceita, só consigo perdoar se fui perdoada....vale também para a raiva, a agressividade. Sou agressiva quando recebi e vivi agressividades! Tenho para dar aquilo que recebi....na construção da personalidade (infância)
Geralmente aquilo que eu mais observo no comportamento de outra pessoa e me é tão facilmente reconhecido (se é tão conhecido é por familiaridade não é?) mas que me incomoda tanto e que insisto em apontar.... é o canto escuro da própria personalidade que em sua maioria negamos.

Competição.....aponto competitividade pois me reconheço competindo sem conseguir admitir.
Inveja.....aponto inveja pois me reconheço invejando sem conseguir admitir.
Soberba....aponto a soberba no outro pois me reconheço no sentimento que tenho sem conseguir admitir.

É bem simples não é? Só posso reconhecer um sentimento se eu o possuo....se me mostrarem um "eprom" eu jamais reconheceria, não sei o que é e nem para quê serve (perguntei para o marido uma coisa que ele acha que se eu visse jamais saberia o que era). Assim funciona para os sentimentos.

Quando temos alguma divergência, pessoal, profissional e/ou familiar...na relação com o outro....devíamos nos focar nas atitudes, pontuar fatos, ações e comportamentos. Tudo isso pode ser criticado, falado, discutido e comentado (relacionar-se é isso....ter espaço para "discutir", senão não, não é relação e sim individualismo). E os únicos sentimentos a serem colocados são os "meus" se assim eu me sentir a vontade. Aportar sentimentos é que não é possível....pois em geral como falei antes, muito provavelmente estarei falando de mim e de sentimentos meus escondidos.

Mas algumas pessoas se acham "perfeitas" em suas ações (principalmente na profissão) e jamais admitem alguma pontuação crítica em relação ao seu fazer....cresceram na exigência da perfeição onde não foi permitido o erro e assim ataca toda e qualquer pessoa que possa ser um risco da "pessoa perfeita" que construiu, até por quê o mundo desmonoraria se admitisse que é passível de erro. Quem não permite erro também não sabe perdoar.

Aqui em casa permitimos sim os erros, os sentimentos ruins (visto pela maioria) e tudo pode ser dito e expressado. E mesmo numa discussão mais calorosa (temos sim e muitas), já mensionei antes que na emoção eu sou bem intensa, procuramos receber o que vem de cada um com  muito respeito e cuidado e damos o devido "espaço" para as falas serem refeitas e reformuladas e re-conversadas. Nada é fadado e lacrado...aqui temos espaço para erros e reformulações. Temos liberdade de seguir por um caminho, mas de voltar também se percebemos que o caminho foi errado. Uma conversa mal interpretada pode virar mais mil outras se for necessário...não costumamos encerrar um ao outro por um ato ou uma única conversa meio torta. Pretendemos criar os filhos na mesma relação que temos de casal .... com liberdade de expressão sem se sentirem envergonhados por aquele "defeito" ou "sentimento"....se aceitar é o principal caminho para conseguirmos aceitar o outro.
Posso sentir raiva, medo, angústia, sentimentos não controlamos, as ações sim podem ser controladas ...... eu só não posso projetar meus sentimentos em outra pessoa pois não me ensinaram a aceitá-los. Reconhecer os próprios sentimentos (bons ou ruins) é muito importante para os relacionamentos.



Só damos ao outro o que temos em nós....só reconhecemos no outro o que é conhecido em nós!!!!
Olhar o próprio umbigo pode nos livrar de mágoas e recentimentos.


O SÁBIO SAMURAI

Perto de Tóquio, vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar Zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.

Certa tarde, um guerreiro, conhecido por sua total falta de escrúpulos, apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação. Esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para observar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo e aumentar sua fama.

Todos os estudantes se manifestaram contra a idéia, mas o velho e sábio samurai aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade. Lá, o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos que conhecia, ofendendo, inclusive, seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho sábio permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro desistiu e retirou-se.

Desapontados pelo fato de o mestre ter aceitado tantos insultos e tantas provocações, os alunos perguntaram: — Como o senhor pôde suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que poderia perder a luta, ao invés de se mostrar covarde e medroso diante de todos nós?

Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente? — perguntou o Samurai.

A quem tentou entregá-lo — respondeu um dos discípulos.

O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos — disse o mestre. — Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carrega consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a serenidade, só se você permitir!

O que sai de você e o que você aceita depende únicamente de sua natureza!